Em livro, desembargador do TJMG propõe educação para mudar círculo vicioso
Influenciados pela supremacia do poder econômico e induzidos por propaganda enganosa, os eleitores brasileiros votam mal. É o que diz o desembargador do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), Rogério Medeiros Garcia de Lima, para quem a situação cria um círculo vicioso, uma vez que, mal representado nos governos e parlamentos, o eleitorado tem a sua fragilidade perpetuada.
“Enquanto a educação no Brasil permanecer uma promessa historicamente adiada, não teremos eleições legítimas.”
Desembargador Rogério Medeiros
O magistrado cita o sociólogo francês Gaston Bouthoul, que defende que “o funcionamento da democracia está vinculado à educação política das massas, à sua informação e ao seu grau de bem-estar econômico. Ela vinga na medida em que se forme uma opinião livre e bem informada”.
A questão é abordada no ensaio “Eleitores vulneráveis e a importância da educação” que faz parte do livro Vulnerabilidades & Direito, coordenado por Amini Haddad Campos e publicado pela Editora Juruá, de Curitiba. O lançamento aconteceu em janeiro e a obra pode ser adquirida pelo site da editora.
Em seu artigo, o desembargador Rogério Medeiros lembra ainda o que afirmou Dom Pedro II: “Eu não tenho confiança senão na educação do povo. (…) Sem bastante educação popular não haverá eleições como todos devemos querer. (…) A instrução primária deve ser obrigatória e generalizada por todos os modos”.
O magistrado corrobora as afirmações citadas. “Enquanto a educação no Brasil permanecer uma promessa historicamente adiada, não teremos eleições legítimas.”
O desembargador do TJMG Rogério Medeiros Garcia de Lima é doutor em Direito Administrativo pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e professor da Faculdade de Direito Newton Paiva e da Escola Judicial Desembargador Edésio Fernandes do TJMG.