O presidente do Superior Tribunal de Justiça, ministro Paulo Costa Leite, recebeu hoje (16), em audiência, o representante da Escola Nacional de Magistratura da França, Phillipe Darrieux, quando conversaram sobre a realização de intercâmbio entre especialistas dos dois países para promoção de seminários sobre lavagem de dinheiro, crimes financeiros, narcotráfico e bloqueio de dinheiro. Costa Leite assinalou que a realização de intercâmbio é importante para a formação e atualização dos operadores do Direito no Brasil.
Os cursos de cooperação serão ministrados por especialistas franceses que virão ao Brasil para trazer a experiência daquele país nesses crimes, que normalmente não possuem fronteiras. O presidente do STJ demonstrou interesse na proposta apresentada pelo representante da Escola Nacional de Magistratura da França tendo em vista a importância dos assuntos apresentados. Os cursos estão previstos para serem realizados em 2002.
Segundo Phillipe Darrieux, na França, antes de ingressar na carreira o magistrado passa por uma experiência de dois anos e meio em uma escola preparatória. A experiência francesa é defendida por Costa Leite como a ideal para ser aplicada no Brasil. Ele espera que a reforma do Judiciário contemple essa sugestão, para que o juiz brasileiro tenha uma formação aperfeiçoada. Costa Leite destaca que o concurso no Brasil exige muito conhecimento, mas os juízes ingressam na carreira muito jovens e conseqüentemente sem experiência e preparo para as causas que vão julgar.
Costa Leite e Phillipe Darrieux trocaram impressões sobre o funcionamento dos judiciários francês e brasileiro, e concluíram que a morosidade da Justiça é um problema enfrentado pelos dois países. Acompanhado do adido de Cooperação da Embaixada da França no Brasil, Guillaume Ernst, o representante da Escola da Magistratura da França aproveitou a ocasião e conheceu as instalações do STJ, tendo visitado a Terceira Turma a convite da ministra Nancy Andrighi.
