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Sem acordo, dissídio dos bancários do BB vai a julgamento no TST

O Tribunal Superior do Trabalho deverá julgar, até quinta-feira (21) da próxima semana, o dissídio de greve dos bancários do Banco do Brasil pela falta de acordo na audiência de conciliação realizada hoje sob a mediação do presidente do TST, ministro Vantuil Abdala.

Após a audiência, interrompida duas vezes para que as partes discutissem as propostas e contrapropostas, o presidente do TST fez um apelo para que os bancários retornassem ao trabalho para aguardar o julgamento. “Não é uma questão judicial, faço uma exortação para que os trabalhadores, num gesto de boa vontade, aguardem o julgamento em atividade”, esclareceu. Os bancários dos bancos públicos e privados completam hoje 29 dias de paralisação.

Vantuil Abdala afirmou que a greve, nesta altura, causa dificuldade para uma boa solução do conflito, pois, cada vez mais, o desconto dos dias parados torna-se um fator de complicação tanto para um acordo como para uma decisão judicial. “A própria sociedade está exasuta com essa greve”, observou. “Não é vantagem para nenhuma das partes continuar nessa situação”, insistiu.

O relator do dissídio, sorteado ao final da audiência, é o ministro Antonio Barros Levenhagen. O Banco do Brasil já apresentou a defesa e a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Crédito (Contec) pediu vista do processo até o dia 15. Caberá ao Ministério Público do Trabalho apresentar o parecer no julgamento a se realizar pela Seção de Dissídios Coletivos. Presente à audiência de conciliação, o vice-procurador Geral do Trabalho, Otávio Brito Lopes, prometeu entregar o parecer antes da sessão de julgamento.

O presidente do TST havia proposto para as partes a compensação dos dias parados, a manutenção da proposta de reajuste de 8,5% a 12,5% e um abono de R$ 1000,00. O presidente da Contec, Lourenço do Prado, fez a contraproposta de aumentar em 1% o reajuste e o pagamento integral dos dias parados.

O representante do Banco do Brasil, Luís Osvaldo Santiago, rejeitou o abono de R$ 1000,00 e ofereceu uma antecipação de R$ 500,00 da Participação sobre Lucros e Resultados (PLR) do próximo ano (2005). Em relação aos dias parados, a proposta do BB foi de que um terço dos dias fosse descontado, parceladamente, outro um terço fosse pago com férias ou horas extras e restante convertido em abono. As contrapropostas foram rejeitadas.