O senador José Roberto Arruda (sem partido-DF) anunciou, em discurso nesta quinta-feira (dia 24), sua renúncia ao mandato. Arruda está envolvido no episódio de violação do painel eletrônico de votação do Senado na sessão que cassou o mandato do então senador Luiz Estevão, em junho do ano passado. Na última quarta-feira (dia 23), o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar decidiu enviar à Mesa pedido para abertura do processo de cassação dos mandatos de Arruda e de Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) por quebra de decoro.
Em discurso no plenário, Arruda alegou estar sofrendo um pré-julgamento e um processo de linchamento, considerou injusta a aplicação “da pena capital” e disse que renunciava em respeito à população de Brasília, que não merecia ficar com um senador a menos.
Engenheiro elétrico, o senador José Roberto Arruda começou a vida pública como diretor da Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap), em 1979, ficando no posto até 1982. Antes de eleger-se senador, em 1994, Arruda voltou-se para a área técnica, tendo ocupado postos como o de secretário de Modernização Administrativa e Informática do Ministério das Minas e Energia, em 1985, e diretor da Companhia Energética de Brasília (CEB), entre 1985 e 1990.
Sua formação eminentemente técnica o levou a publicar vários trabalhos, nos quais o cálculo matemático contava bem mais que as estratégias políticas. Trigonometria Plana, publicado em 1974, é um exemplo. O senador, no entanto, debruçou-se sobre questões práticas e ironicamente atuais, como o racionamento de energia elétrica, que abordou em 1988 por meio de análise do programa argentino.
Arruda voltaria ao palco da política como chefe do Gabinete Civil do Governo do Distrito Federal, em 1991. Em seguida, ocupou a Secretaria de Obras, permanecendo ali até 1994, quando foi eleito para um mandato com início no ano seguinte e término previsto para 2003, com 301.194 votos (22,48% dos votos válidos).
No Senado, Arruda destacou-se como vice-líder e líder do governo, mas integrou as comissões permanentes de Serviços de Infra-estrutura, de Educação, de Assuntos Econômicos, e a comissão especial destinada a acompanhar as propostas necessárias á participação do Brasil na Conferência das Nações Unidas sobre os Assentamentos Humanos (Habitat 2). Arruda participou ainda como membro titular da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Sistema Financeiro Nacional, em 1999.