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Arruda confirma ter lido a lista de votação da sessão em que Luiz Estevão foi cassado

O senador José Roberto Arruda (PSDB-DF), em discurso no plenário sobre a violação do painel eletrônico do Senado, confirmou ter recebido e lido a lista de votos da sessão em que foi decidida a cassação do mandato do então senador Luiz Estevão. Arruda afirmou ser “inútil resistir à verdade” e, embora ressaltando estar em desacordo com a ex-diretora do Centro de Informática e Processamento de Dados do Senado Federal (Prodasen), Regina Célia Peres Borges, em relação a alguns detalhes e datas constantes de seu depoimento, declarou que ” isso não muda a essência da verdade”.

Arruda confirmou ter feito o pedido para que o seu assessor Domingos Lamoglia recebesse a lista de votação. Disse ainda ter aberto o envelope pardo com a lista e lido o seu teor. “Era um papel comum sem timbre oficial. Não tirei cópia”, observou, informando ter ido em seguida para o gabinete do então presidente do Senado, senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), que após ler a lista, telefonou, a seu pedido, para Regina, agradecendo, para que ela tivesse a certeza de que ele, Antonio Carlos, havia recebido a lista de votação.

Arruda também assegurou que ninguém ouvirá dele o conteúdo da lista. “Não revelarei nunca”, assegurou, pedindo desculpas pelo ocorrido. Ele também admitiu ser verdadeira a informação do senador José Eduardo Dutra (PT-SE) no Conselho de Ética do Senado e acrescentou nunca ter participado de nenhum outro episódio que possa colocar em dúvida a conduta do ex-presidente do Senado.

No início de seu pronunciamento, o senador José Roberto Arruda (PSDB-DF) informou que deveria falar toda a verdade sobre o episódio do painel eletrônico e pediu para não ser interrompido. Ele afirmou ser difícil negar veracidade ao depoimento da ex-diretora do Prodasen, podendo apenas questionar detalhes.

– Não se pode negar em nada a verdade que ela falou – admitiu. Arruda confirmou que a ex-diretora do Prodasen havia ido à sua casa, mas não no dia 27 de junho, como ela teria dito, convidada por ele a pedido do então presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães, que queria saber se era possível o acesso aos votos de uma votação secreta. “O diálogo que ela descreveu é aquele mesmo”, disse. “Eu apenas consultei se era possível obter a lista, não tendo pedido que ela fosse tirada”. Ele reconhece que isso não reduz sua responsabilidade no episódio.