O líder do Bloco Oposição, senador José Eduardo Dutra (PT-SE), afirmou nesta sexta-feira (dia 11) que organizará um novo requerimento para instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Corrupção, desta vez apenas no Senado. A partir da próxima segunda-feira (14), ele procurará cada um dos 29 senadores que firmaram o requerimento anterior, para recolher as assinaturas novamente. São necessárias 27 – um terço do número total de senadores – para instalar uma CPI.
Dutra admite a possibilidade de que alguns senadores não queiram mais colocar suas assinaturas no novo requerimento, mas afirmou que divulgará os casos, um a um. “Ninguém ficará na posição confortável de dizer que era favorável à CPI, mas que a Câmara inviabilizou a proposta. Quem quiser apoiar o governo, terá que colocar sua cara na vitrine”, garantiu.
O senador afirmou que, com base no artigo 244 do Regimento Interno do Senado que o presidente Jader Barbalho (PMDB-PA) usou para aceitar a retirada de assinaturas já apostas ao requerimento, desde que feitas antes de sua publicação no Diário do Congresso, o requerimento não deve ser arquivado, mas devolvido ao primeiro signatário – ele mesmo. Para José Eduardo Dutra, essa é uma discussão bizantina.
– Se a presidência não quiser devolver, redijo outro, igualzinho. O que o Senado não pode aceitar é ficar refém de 20 deputados fisiológicos, que não honraram sua palavra preferindo obter vantagens do governo – afirmou.
Dutra acha que é cedo para dizer que as manobras do governo conseguirão livrar os senadores Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) e José Roberto Arruda (sem partido-DF), da abertura de processo para cassação de seus mandatos por quebra de decoro parlamentar, assunto sob exame no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar do Senado. “Talvez não estejam dispostos a repetir o gesto vergonhoso dos deputados”, disse.