O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar reúne-se nesta quinta-feira (dia 26), a partir das 14h30, para ouvir o senador Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA), que apresentará sua versão sobre a violação do painel eletrônico na sessão que cassou o mandato do senador Luiz Estevão, no dia 28 de junho do ano passado. Na sexta (dia 27), às 9h, será a vez de o senador José Roberto Arruda (sem partido-DF) falar ao Conselho.
Antônio Carlos Magalhães foi apontado pela ex-diretora do Centro de Informática e Processamento de Dados do Senado (Prodasen) como sendo o autor do pedido para que o painel fosse violado, conforme afirmação que lhe teria feito o senador José Roberto Arruda. Já Arruda sustentou, em discurso, que fez apenas uma consulta à ex-diretora sobre a possibilidade de se conseguir a lista da votação secreta.
A ex-diretora sustentou ainda, em depoimento, ter recebido uma ligação telefônica do senador Antônio Carlos, à época presidente do Senado, quando ele teria agradecido pela lista com os votos. O senador Arruda disse em seu discurso da última segunda-feira (dia 23) que estava na frente do ex-presidente do Senado quando ele telefonou para Regina Célia Borges.
O Conselho de Ética vem investigando se Antônio Carlos feriu o decoro parlamentar em uma conversa com três procuradores da República, em fevereiro passado, quando teria dito que conhecia a lista com os votos secretos da sessão que cassou Luiz Estevão. A conversa foi gravada pelo procurador Luiz Francisco de Souza, o qual mais tarde entregou a fita à revista IstoÉ. O Conselho já ouviu os três procuradores, três jornalistas da revista, a ex-diretora do Prodasen (que confirmou a violação e colocou Arruda na história) e outros dois funcionários do Senado. Também já depuseram um assessor do senador José Roberto Arruda e um programador de computação que dava assistência técnica ao sistema eletrônico de votações.
Em entrevista à imprensa nesta quarta-feira (dia 25), o presidente do Conselho de Ética, senador Ramez Tebet (PMDB-MS), classificou como “absurdas” as notícias de que estaria sendo construído um acordo para evitar a cassação dos senadores Antônio Carlos Magahães e José Roberto Arruda. Para ele, os senadores vão votar o caso “de acordo com suas consciências”.