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Os relacionamentos amorosos como fontes de ensino e sabedoria

Quem não conhece o ditado “reclamando de barriga cheia”? Provavelmente, poucas pessoas o desconhece. As palavras que compõem essa sentença são simples e um tanto ecoadas, mas nem sempre os que as pronunciam sabem o verdadeiro alcance de seu significado.

Digo isso de cadeira, posto que fui reclamão veemente por muito tempo, em especial com meus relacionamentos amorosos. Não que eu tenha vivido milhares, pois nasci no ano de 1982, sou um recém saído das fraldas.

Diversas vezes peguei-me rezingando das Srta(s). Carlomagno. Cada qual por seu pseudo-motivo desenhado por mim em minha mente. Atualmente, pouco mais amadurecido da vida, noto meu ar de ingratidão com algumas de minhas companheiras, pois creio não ter dado o valor necessário para cada uma delas.

Minha primeira namoradinha era extremamente ativa, queria abraçar o mundo e me deixava de lado. Outra era apática e me deixava com as “rédias” de sua vida. Tive uma também que gostou muito de mim, mas que por incompatibilidade de gênios (e também por causa do pai dela), a relação não vingou. Tive outras que me amedrontavam com suas crises de ciúme doentio. Tive, também, uma que era a mulher ideal para casar, mas como essa não era minha intenção… Tentei levar os relacionamentos até as últimas conseqüências, mas, acabei por desprezar todas. Irritaram-me. Eu, pássaro árduo, fui em busca de outros perfumes de novas flores e sempre deixando o aroma das antigas arquivarem-se no meu esquecimento.

Minha mãe sempre brigou comigo dizendo que eu não respeitava o sentimento das garotas, pois, após pouquíssimo tempo de fim de um relacionamento, lá estava eu, em público, desfilando com outra futura ex-namorada.

Hoje, pouco mais amadurecido, olhando para traz, vejo o valor de cada uma individualmente. A que abraçava o mundo me ensinou a me amar em primeiro lugar; a apática me ensinou a batalhar sempre pelo meu ideal e nunca deixar outra pessoa dominar minha vida; meu relacionamento com a que tinha um pai “legal” me adequou o aprendizado de que a vida é feita de passos e que esses são proporcionados apenas por dois pés; com as ciumentas aprendi o valor da verdade e do respeito; por fim, sem me estender ainda mais, a noiva ideal me ensinou que não basta ter algo perfeito nas mãos, mas você também deve gostar de tê-lo. Creio ter reclamado de barriga cheia com cada uma delas.Mas porque escrevo e, o pior, publico para que vocês possam ler? Qual seria o interesse dos leitores na minha vida? Seria eu um frustrado interessado a participar de algum Reality Show que gosto de expor minha vida pessoal? A resposta é redondamente negativa (apesar de que seria interessante concorrer a uma bolada milionária desses Reality Shows)!

Apenas publico isso para tentar demonstrar a quem tiver paciência para ler esse textinho que mesmo que vocês não estejam felizes com a atual situação que aparentemente tenha o estagnado, não se frustrem, não reclamente, mas tentem levá-la até a última conseqüência. Friso que está longe da minha intenção doutrinar a apatia. Lembrem-se sempre de que não se deve temer o lento caminhar, mas o verdadeiro temor vive em estar parado. Lutem sempre pelos seus ideais e seus anseios, mas nunca tirem um dos pés de um barco sem estar com o pé em outro ou em terra firme e, o principal, jamais reclamem da vida! Ela é linda e pode ser ainda melhor, basta apenas o verdadeiro dono dela isso almejar e batalhar para esse objetivo.

Ah, quanto aos meus relacionamentos, devo dizer que estou me graduando em compreensão da alma feminina. Hoje estou com alguém que me satisfaz em todos os aspectos, digo que sua voz soa como canto de pássaros ao amanhecer no extenso do arvoredo, sua respiração é como brisa no fim da tarde em uma praia paradisíaca e seu sorriso transparece a alegria dos golfinhos nas marejantes águas do alto mar e seu olhar se adequa com o momento oportuno assim como um camaleão em seu habitat.

Incluído em 28/3/2005