A sabedoria dos mais antigos nos ensina que “o cavalo não passa celado duas vezes para a mesma pessoa”, podendo ser interpretado da seguinte forma: as oportunidades podem ser únicas, portanto aproveite-as. Sei que posso parecer nostálgico lembrando isso e, o pior, podem me condenar por eu estar escrevendo esse pequeno texto “ridículo”, mas com uma breve estória provarei a pré-citada sabedoria.
Certa vez, quando eu tinha cerca de 4 anos, um recém-saído da fraldas, ou talvez nem mesmo ainda tivesse saído, meu avô, o finado José Carlomagno, já muito doente, colocou-me em seu colo e me contou uma breve estória que tentarei descrever a vocês:Em uma longínqua aldeia a fome massacrava seus moradores. Um destemido jovem decidiu sair para sobreviver e prometeu aos seus parentes e amigos que voltaria para salvá-los de todo aquele mal.
Iniciou sua caminhada, passou por inúmeros perigos na selva fechada, comeu pouco, passou fome, sede, frio e medo, foi quando, após 10 dias de caminhada, chegou ao litoral de seu miserável país e lá encontrou uma pequena embarcação. No início ficou com muito medo de enfrentar o mar sobre alguns pedacinhos de madeira, mas, lembrando de sua promessa e de tudo que já vivera até ali, decidiu lançar-se àquela imensidão azul. Após 5 dias de muito sofrimento no mar, passando mais fome, comendo peixes crus que pescara e bebendo o restinho de água que havia sobrado em seu cantil, chegou a uma pequena e deserta ilha.Nessa ilha havia comida, mas não o suficiente para salvar seu povo da fome. Porém, havia uma fartura imensa de madeiras e determinadas pedras pretas! Decidiu, então, fabricar uma nova embarcação, desta vez um pouco maior. Isso o fez! Construiu uma belíssima balsa, onde havia espaço de sobra para estocar muita comida e quase todas as pedras daquele local, mas, com preguiça de pegar todos os pequenos pedregulhos e medo de que sua embarcação afundasse, estocou somente um pouco de comida e de água potável, decidindo, por fim, pegar 5 pedrinhas daquelas que havia por ali, com o intuito de guardá-las como recordação da ilha que houvera o salvado.
Navegou por mais 90 dias e, finalmente, chegou a um belíssimo e industrializado país! Procurou abrigo e foi salvo por uma família de joalheiros. Estava fraco, foi hospitalizado! Após dias internados no centro de terapia intensiva de um determinado hospital foi liberado. Quando chegou na casa de seus acolhedores, conversou bastante, contou sua história e mostrou as pedrinhas que houvera pego como lembrança da bela ilha. Espantado o famoso joalheiro, chefe da família, exclamou: “ESSAS PEDRAS SÃO PRECIOSAS! SAIBA QUE ONDE AS PEGOU, SE HOUVER TANTAS QUANTO DISSE QUE HAVIA, É A MAIOR FONTE DE RIQUESA DESSAS PEDRAS, POIS ELAS SÃO SATÉLITES DE DIAMANTE”.
Impressionado e feliz por ter encontrado algo que poderia salvar seu povo, o colono fretou um pequeno avião para voltar àquela ilha. Esforço em vão! O imenso mar havia sepultado aquela pequena porção de terra, tendo, portanto, a ilha ficado apenas na imaginação e nosso herói, frustrando-se por não ter conseguido cumprir sua promessa”.
Pois bem, os leitores podem indagar qual é o valor dessa estorinha para nossa reflexão? Onde eu quero chegar?
É simples, todos nós encontraremos uma ilha dessa, cheia de riquezas a garimpar! O caminho para chegar a essa ilha pode ser exaustivo como a viagem do personagem. Pode ser chato estudar para cada prova que teremos, pode ser cansativo procurar um trabalho e, ainda mais, pode causar medo tomarmos decisões importantes para mudarmos nossas vidas, como investir dinheiro em algum negócio novo e revolucionário.
Para cada um há uma analogia. Para o estudante que não gosta de estudar e prefere “colar” nas provas fica a seguinte lição: o nosso personagem foi, durante o tempo que passou na ilha, o homem mais rico do mundo e, por preguiça, deixou tudo para trás, levando consigo apenas lembranças do que poderia ter vivido. Isso, na realidade da categoria, já citada, dos estudantes traduz-se que eles possuem uma riqueza nas mãos (a possibilidade de estudar) e por preguiça acabam se satisfazendo com mesquinharias, mixarias, e o pouco que conseguir lembrar do que foi estudado serão apenas lembranças.
Quanto ao que “procura” emprego pode-se concluir que a vida não é feita de lembranças do, por exemplo, bom emprego que já possa ter tido, mas sim de verdadeiras atitudes! Sem viver o passado e cair no ócio, vise apenas o futuro.Tratando-se da pessoa que tem medo de arriscar por novos caminhos é preferível concluir que, se o nosso herói não tivesse tido medo de carregar todo o barco com as pedras, teria se tornado, por mais tempo, o homem mais rico do mundo! Claro que sua navegação seria mais ardil, o barco seria mais pesado, mas seria muito mais recompensadora. Investir em um novo negócio, claro que de forma racional, é arriscar! Passarão por mares nunca dantes navegados, sofrerá com tempestades, mas se tiver força e garra suficiente para superar essas adversidades, o sucesso é recompensador.
As oportunidades são únicas! Não digo somente as profissionais, enfocadas até agora! Mas a oportunidade de você garimpar o amor, dizer “eu te amo” (não da boca para fora, mas de coração) a alguém que você deseja, dar um sorriso a todos, inclusive os que não mereçam ver sua felicidade! Todos conhecerão a ilha do amor! Não deixe-a passar despercebida, não a desperdice, e jamais a use e a abandone! Você poderá sentir saudades e nunca mais encontrá-la.
É, meu avô estava certo! Agarre a oportunidade que passa na sua frente! Ela será única! Essa foi a última vez que conversei com meu avô antes de Deus chamá-lo e perdi a oportunidade de dizer a ele: “vovô, eu te amo muitão!”… que arrependimento!