O ministro da Defesa, Waldir Pires, afirmou na noite de hoje (24) que a Polícia Federal terá acesso às informações recolhidas pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) sobre a queda do Boeing 737-800 da companhia aérea Gol, no dia 29 de setembro, “na medida em que a Justiça determinar”.
Em entrevista coletiva, o ministro disse que o sigilo das investigações conduzidas pelo Cenipa é garantido pela Convenção de Aviação Civil Internacional, conhecida como Convenção de Chicago. “Foi comunicado ao delegado [Renato Sayão, da Polícia Federal] que há uma norma internacional que impede o repasse de informações consideradas sigilosas para a integridade das investigações. Agora, se ele pedir o material à Justiça, e ela determinar, todas as informações serão encaminhadas”, disse.
Waldir Pires também informou que a caixa de registros de voz do Boeing, encontrada hoje, só foi localizada porque detectores de metais estavam sendo utilizados: “Com a queda, a caixa afundou 20 centímetros na terra. Conseguimos [encontrar] porque a área foi percorrida palmo a palmo”.
De acordo com o ministro, as informações contidas na caixa devem ajudar a esclarecer as causas do acidente. “O equipamento é importante, mas, a partir da colisão com o jato as gravações devem ser muito curtas. Há a presunção de que as pessoas que estavam no vôo perderam a consciência 20 ou 30 segundos depois do início da queda, devido à descompressão e à extrema velocidade que o avião alcançou na trajetória até o chão”, concluiu.
O Boeing do Gol caiu em uma área de floresta no norte de Mato Grosso, depois de colidir com um jato executivo Legacy, fabricado pela Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer). As 154 pessoas que viajavam no Boeing morreram e nenhum dos sete ocupantes do jato ficou ferido.