O corregedor do Senado, Romeu Tuma (PFL-SP), apresentou na manhã desta terça-feira (25) requerimento ao presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos Sanguessugas, deputado Antônio Carlos Biscaia (PT-RJ), para que envie com urgência à corregedoria os depoimentos e provas contra os senadores envolvidos nas denúncias sobre a “máfia das ambulâncias”. Depois de analisar os documentos, Tuma pretende ouvir os funcionários e parentes citados como participantes do esquema de uso de recursos públicosna compra de ambulâncias para municípios com preços superfaturados para só então solicitar explicações aos parlamentares.
– A Corregedoria vai abrir investigação contra os parlamentares somente após comprovar a participação deles no esquema, com base em evidências e provas – afirmou Tuma, que desde o início dos trabalhos da CPI Mista, no dia 22 de junho, está coletando provas.
Reuniões
Membro da CPI dos Sanguessugas, Tuma acredita que poderia haver mais reuniões e transmissão de informações aos integrantes da comissão, que, segundo ele, em muitos casos estão tomando conhecimento do andamento das investigações por meio da imprensa.
– Se é verdade que já há provas contra pelo menos oitenta parlamentares denunciados, esses nomes já deveriam estar sendo enviados aos respectivos Conselhos de Ética para adiantar os trabalhos – defendeu o senador.
Mais 33 parlamentares serão notificados
O presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos Sanguessugas, deputado Antônio Carlos Biscaia (PT-RJ), começa a notificar a partir desta quarta-feira (26) outros 33 congressistas denunciados como responsáveis pela elaboração de emendas ao Orçamento da União para a compra de ambulâncias para municípios com preços superfaturados. Numa primeira etapa, foram notificados 57 deputados, que tiveram cinco dias úteis para enviar à comissão uma defesa por escrito.
Segundo Biscaia, os demais notificados terão igual prazo para se defender.
– Como esse prazo se encerra apenas na próxima semana, antes da reunião da CPI marcada para o dia 1º de agosto fica difícil se manifestar sobre a apresentação do relatório – comentou o deputado, ao se referir à intenção de alguns membros da comissão de antecipar a apresentação do documento, marcada inicialmente para o dia 18 de agosto.
Apesar de ainda estar na fase de notificação de parlamentares, Biscaia acredita que a CPI Mista já tem provas suficientes para implicar 91 dos 112 congressistas denunciados, como gravações telefônicas e comprovantes de depósitos bancários, entre outros. Com relação à sugestão de alguns membros do colegiado para que a comissão inicie imediatamente uma nova fase de investigações, desta vez contra o Poder Executivo, Biscaia destacou que é difícil garantir quórum para reuniões durante o período eleitoral.
-Será que o Congresso teria condições de reunir dezenove parlamentares para dar continuidade à investigação até o dia das eleições, marcadas para três de outubro? Depois das eleições acredito que seria possível retomar as investigações, mas antes eu não garanto – afirmou o deputado.
Magno Malta
Questionado sobre a denúncia de que o senador Magno Malta (PL-ES) teria utilizado um carro comprado pela máfia dos sanguessugas, Biscaia afirmou que a reportagem sobre o assunto”fechou uma cadeia para que o senador seja incluído no relatório”.
– Não é possível que um político utilize um carro por empréstimo durante um ano de qualquer empresa, ainda mais da Planam, que é uma quadrilha – afirmou Biscaia.
Magno Malta afirmou ao jornal O Globo que o Fiat Ducatto que utilizou por mais de um ano não era de Luiz Antônio Vedoin, como alegou o empresário acusado de ser um dos chefes do esquema de fraudes na compra de ambulâncias, mas sim do deputado Lino Rossi (PP-MT), que teria envolvimento com a quadrilha.