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CBF contribuiu para campanha de políticos

A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) contribui para as campanhas eleitorais dos deputados federais Eurico Miranda (PFL-RJ) e Darcísio Perondi (PMDB-RS) em 1998. A informação foi prestada pelo presidente da CBF, Ricardo Teixeira, na CPI do Futebol, em resposta ao senador Antero Paes de Barros (PSDB-MS). Os dois parlamentares são ligados ao futebol nacional.

Teixeira argumentou que as contribuições estão de acordo com a legislação eleitoral e foram registradas na contabilidade da entidade. Na sua opinião, ajudar políticos é uma prática comum a todos os segmentos que buscam ter representantes no Parlamento. Porém, o presidente da CBF afirmou não lembrar se contribuiu com material esportivo para a campanha à prefeitura de Alfredo Nunes, que foi vice-presidente da entidade.

Sobre a relação da empresa de material esportivo Nike com a CBF, Teixeira afirmou não ter dúvidas que o contrato beneficia a entidade. Para isso, comparou os recursos que recebe da empresa por ano (cerca de US$ 16 milhões), com contratos de outras seleções. Segundo ele, nenhuma seleção recebe mais que 60% do valor pago à CBF pela Nike. Para ilustrar isso, o presidente da CBF ofereceu cópia do contrato da Associação de Futebol da Argentina (AFA) com a Reebok, pelo qual recebe US$ 8 milhões por ano.

No caso de cheque de R$ 600 mil pago pelo ex-técnico da seleção brasileira, Wanderley Luxemburgo, à CBF, o presidente da entidade explicou que o pagamento se refere a ressarcimento de antecipações salariais feitas em 1999. Teixeira afirmou que o departamento financeiro da CBF preferiu receber o dinheiro de volta de Luxemburgo em vez de descontar o valor de pagamento feito ao treinador em setembro daquele ano.

Teixeira também confirmou que a CBF já assinou contratos com a Traffic para explorar os direitos de imagem da seleção brasileira durante as eliminatórias das copas de 2006 e 2010. Apesar de não estar mais à frente da entidade na vigência do acordo ou não saber se a seleção precisará disputar eliminatórias, o presidente da CBF considera esse tipo de comportamento comum na área esportiva e citou exemplos de acordos entre federações internacionais de esportes e empresas esportivas.

Ao senador Gerson Camata (PMDB-ES), Teixeira informou que a CBF não recebe, direta ou indiretamente, dinheiro público desde 1990, quando a entidade abriu mão de recursos oriundos da loteria esportiva. O presidente da CBF também disse que irá encaminhar à CPI estudo da Fundação Getúlio Vargas sobre alterações no calendário do futebol brasileiro.

Em resposta ao senador Geraldo Cândido (PT-RJ), Teixeira afirmou que, segundo esse estudo, a entidade pretende retomar o controle sobre a organização dos campeonatos, hoje em mãos de empresas e de outras entidades como o Clube dos 13.

– O estudo da FGV e o trabalho da CPI podem trazer muitas contribuições para a organização do futebol nacional – afirmou.

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