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Justiça da Itália solta capitã que forçou entrada de navio com 42 imigrantes

Segundo juíza, Carola Rackete cumpria seu dever de proteger vidas

A Justiça da Itália determinou a libertação da alemã Carola Rackete , capitã do navio de resgate humanitário Sea-Watch 3, considerando que ela não violou a lei ao forçar a entrada em águas italianas da embarcação sob seu comando no último sábado. A bordo, estavam 42 imigrantes salvos no Mediterrâneo havia 17 dias. Sob frágeis condições de sobrevivência, eles permaneceram todo esse tempo à deriva, sem que nenhum país europeu autorizasse o seu desembarque.

Segundo a juíza Alessandra Vella, Carola estava cumprindo o seu dever de proteger vidas e, portanto, não cometeu ato de violência. A magistrada ainda sublinhou que a capitã não tinha alternativa a não ser o porto de Lampedusa, no Sul italiano, porque os portos da Líbia e da Tunísia não são seguros para o desembarque de imigrantes  e refugiados.

O Caso

A polícia italiana havia prendido no sábado (29) a capitã alemã de um navio de resgate de migrantes que está no centro de uma disputa com o governo da Itália, depois que a embarcação atracou no porto da ilha de Lampedusa.

A embarcação Sea-Watch 3, de bandeira holandesa e operada pela instituição beneficente alemã Sea-Watch, ficou no mar por mais de duas semanas com 40 africanos resgatados a bordo. Os africanos tiveram permissão para desembarcar e foram levados para um centro de recebimento na ilha.

Após aguardar em águas internacionais por um convite da Itália ou de outro país da União Europeia em aceitação ao navio, a capitã Carola Rackete decidiu nesta semana rumar para a ilha de Lampedusa, no sul da Itália, mas foi bloqueada por embarcações do governo italiano.

Na manhã deste sábado, porém, Raquete entrou no porto e atracou em meio a uma forte presença policial.

Imagens ao vivo de TV mostraram a alemã de 31 anos sendo retirada do Sea Watch 3 por policiais alfandegários e levada de carro em meio a aplausos das pessoas que se aglomeraram no local.

Ela foi presa por “resistir a um navio de guerra”, acusação que, de acordo com reportagens da mídia local, pode resultar em uma pena de 10 anos de prisão.

O ministro do Interior italiano, Matteo Salvini, que tem uma postura dura em relação aos navios de resgate de migrantes, disse anteriormente que somente permitiria que Rackete atracasse quando outros países da UE concordassem em asilar de imediato os refugiados a bordo do navio.

Ele disse que o Sea Watch 3 não teve permissão para atracar, colocando em risco a polícia alfandegária ao espremer uma de suas lanchas, que tentava impedir o atracamento.