A dívida mobiliária do país cresceu 1,1% no mês de dezembro, fechando o ano em R$ 1,093 trilhão. O aumento foi de 11,62% no ano, comparado aos R$ 979,66 bilhões registrados em dezembro de 2005. De acordo com relatório conjunto do Tesouro Nacional e do Banco Central, divulgado hoje (17), a dívida expressa em títulos cresceu R$ 113,84 bilhões no decorrer de 2006.
Ao explicar os números, o coordenador de Operações da Dívida Pública, Ronnie Tavares, disse que, apesar do aumento nominal, a dívida ficou abaixo do Plano Anual de Financiamento (PAF), elaborado no início do ano passado, que previa evolução até o limite de R$ 1,2 trilhão. Além de o estoque ter ficado aquém do teto, ele afirmou que o ano de 2006 foi “bastante positivo para o gerenciamento da dívida”.
Isso porque “todos os indicadores da dívida apresentaram avanços substanciais” no ano passado, com destaque para o aumento de 8,27% na parcela de títulos prefixados na composição da dívida, ao longo do ano, enquanto os papéis remunerados pela taxa básica de juros (Selic) caíram 13,94%, acrescentou. Segundo Ronnie, esse movimento contribuiu fortemente para a queda de quase 6% no prazo médio da dívida com vencimento nos próximos 12 meses.
O relatório sobre Dívida Pública Mobiliária Federal Interna (DPMFi) e Mercado Aberto revela que, no mês passado, os resgates de títulos superaram as emissões em R$ 83 milhões. Mesmo assim, a dívida cresceu por conta do desembolso com juros. A compra de títulos em poder do público somou R$ 33,91 bilhões, enquanto a oferta em leilões alcançou R$ 33,827 bilhões.
Dos resgates, R$ 19,52 bilhões foram de títulos com vencimento em dezembro, e R$ 14,39 bilhões se referem a antecipações, por meio de troca ou compra, de títulos com vencimento futuro. A maioria deles, Letras Financeiras do Tesouro (LFT), atrelados à Selic, com correção pós-fixada.. Em contrapartida, 63% das emissões foram de títulos com correção prefixada, enquanto apenas 22% são corrigidos pela Selic e os 15% restantes, remunerados por índices de preços.
A parcela de títulos federais em poder do público, a vencer em 12 meses, aumentou de 34,9%, em novembro, para 35,7%, no mês passado. No ano, a parcela vincenda no curto prazo caiu 5,97%, em comparação com dezembro de 2005. Do total a vencer em 2007, R$ 208,97 bilhões (52,90%) são prefixados, R$ 150,14 bilhões (36,30%) pela taxa Selic, R$ 25,62 bilhões (10,40%) por índices de preços e o restante corrigido pelo câmbio ou Taxa Referencial (TR).