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309 anos de prisão para um dos acusados de incendiar o ônibus 350

Alberto Maia da Silva, o primeiro acusado de participar da manifestação que culminou com a morte de cinco pessoas em 2005, em Brás de Pina, Zona Norte do Rio, quando um ônibus da linha 350 (Passeio-Irajá) foi incendiado, foi condenado a uma pena de 309 anos e cinco meses de prisão em regime fechado. A sentença foi lida pelo juiz Luiz Noronha Dantas, do 2º Tribunal do Júri da Capital, às duas horas da manhã desta quarta-feira (dia 1º de novembro).

O Conselho de Sentença, formado por quatro homens e três mulheres, considerou que Alberto participou efetivamente do crime, agindo por motivo torpe e impossibilitando a defesa das vítimas, não tendo agindo sob coerção de terceiras pessoas, como ele alegou em sua defesa. Ele é acusado de recrutar os moradores para participarem da manifestação e de comprar a gasolina usada para incendiar o ônibus.

Em seu depoimento, Alberto também havia afirmado ter levado um morador da comunidade ao Instituto Nacional do Câncer por volta das 20 horas do dia do crime, tendo retornado as 22h30. Seu depoimento foi ratificado pela irmã do morador, Vera Lúcia Pimenta, uma das testemunhas de defesa, que acabou recebendo voz de prisão em flagrante por falso testemunho. Ela foi encaminhada para a 5ª Delegacia de Polícia, no Centro. O promotor de Justiça Riscala Abdenur rebateu o depoimento apresentando um relatório do hospital, no qual consta que o paciente foi atendido às 22h40.

Alberto Maia dos Santos foi condenado a 19 anos e 9 meses de reclusão por cada um dos cinco homicídios, perfazendo um total de 98 anos e 9 meses. Pela tentativa de homicídio das 16 pessoas que ficaram feridas no incêndio, Alberto foi condenado a 13 anos e dois meses de reclusão para cada uma das tentativas, somando 210 anos e oito meses. O total da pena chegou, portanto, a 309 anos e 5 meses de reclusão. O advogado de Alberto, Carlos Alberto Barbosa, pode apelar da sentença.

O traficante Anderson Gonçalves dos Santos, o Lorde, denunciado como o líder da manifestação, e Sheila Messias Nogueira, acusada de ter feito sinal para o ônibus, estão com julgamento marcado para a próxima segunda-feira, dia 6 de novembro. Segundo a única testemunha de acusação, um policial militar, os crimes foram cometidos com o intuito de vingar a morte do traficante Ciborgue, que seria um dos braços direitos de Lorde.