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Sentenças políticas e o risco “Brasil”

É certo que num Estado democrático de Direito como o Brasil, no qual as massas exercem o governo através de mandatários ou constituintes, sobreleva a conquista dos cidadãos em participarem indiretamente dos negócios públicos. Aos titulares originários do poder, restam salvo mecanismos de contenção, se beneficiarem ou não das decisões políticas implementadas pelos seus representantes.

Tão importante quanto uma decisão política é a sua expressão num determinado contexto e o modo de como é realizada pela base governista. Sorrateiramente, faz com que o país se torne melhor ou pior, melhor dizendo “mais confiável ou não”.Indiscutivelmente, a análise e o julgo do grau de confiança no país, de modo geral sobre as instituições nacionais envolto na precisão dos atos do Poder Executivo, Legislativo e Judiciário é realizada diariamente por integrantes de uma complexa conjuntura econômica e social interna, e por outro lado, principalmente, pelos organismos financeiros internacionais. São para as instituições primeiras que as ações e decisões políticas nacionais visam beneficiar, logo para que possamos ser protegidos do segundo. No entanto, divergências de cunho axiológico sempre haverá no Brasil sobre a influência do Fundo Monetário Internacional – FMI; da presença de capital externo na outrora privatização de setores estratégicos nacionais; da permanência em nossos tempos do modelo da livre concorrência que não deu certo no exterior, onde se pode incluir a efetividade das decisões e o poder de ingerência das agências reguladoras, sobretudo nas telecomunicações e na energia, e ainda, da dinâmica estrutural envolta à especulação no mercado de capitais, que mesmo empalidecida ronda e ajusta o desempenho do desenvolvimento nacional ao benefício de seu próprio povo.

Por conta do mau funcionamento da chamada “governabilidade” entre governo e oposição, presenciamos contradições Ministeriais e a busca de objetivos antagônicos, em uma trajetória onde não se pode mais errar.

Diante de tanto alarde, entre CPIs e disputas partidárias à sucessão de Câmaras que não mais equilibram o Poder como idealizado por Montesquieu, de origem em Aristóteles e Locke, soa à Nação brasileira as “sentenças políticas” inexoráveis, que não sucumbem a causarem prejudiciais aumentos do “risco Brasil”, dado analítico este que influi no grau de confiança nas Instituições fortes que o país possui e em sua capacidade de honrar compromissos já realizados e vindouros, sobretudo de nossas indústrias, flagrantemente sob o garrote da alta carga tributária e pela famigerada Medida Provisória 232.

Como já dizia o saudoso Norberto Bobbio “o alfa e o omega da teoria política é o problema do poder: como o poder é adquirido, como é possível defender-se contra ele” (BOBBIO, Norberto.1992). Neste sentido, analisamos que a desarmonia governista prejudica a sociedade brasileira, as empresas e geram custos elevados para o País.