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Suplicy deseja que Malan e Tereza Grossi expliquem denúncias da revista “Veja”

A fim de esclarecer se o ministro da Fazenda, Pedro Malan, e a diretora de Fiscalização do Banco Central, Tereza Grossi, contaram tudo o que sabiam sobre o socorro financeiro dado aos bancos Marka e FonteCindam, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) deseja que eles venham novamente explicar-se no Senado.

Suplicy apresentou requerimento para que os dois compareçam às Comissões de Assuntos Econômicos (CAE) e de Fiscalização e Controle (CFC) para que se manifestem sobre as denúncias publicadas pela revista Veja desta semana. A revista diz que, na crise cambial de 1999, o banqueiro Salvatore Cacciola chantageou Francisco Lopes, então presidente do Banco Central, a fim de obter ajuda financeira para socorrer o Banco Marka.

Lembrando que Tereza Grossi “organizou os trâmites daquela decisão e depois foi promovida diretora de Fiscalização do Banco Central”, Suplicy quer saber até que ponto ela e Pedro Malan tiveram conhecimento dos fatos narrados por Veja. O senador também considera importante que os dois contem que providências vêm sendo adotadas, desde então, para evitar e detectar possíveis vazamentos das decisões do BC.

Remontando a 1999, quando o Senado instalou uma CPI para investigar, entre outras denúncias, o socorro prestado pelo BC aos bancos Marka e FonteCindam, Suplicy recordou que essas instituições foram autorizadas a comprar dólares por preço abaixo do valor de mercado, causando ao Tesouro um prejuízo de R$ 1,6 bilhão.

Em sua opinião, entretanto, muitas perguntas ficaram sem respostas convincentes, entre elas, o papel da fiscalização do BC no episódio e a participação do primeiro escalão do governo Fernando Henrique Cardoso no socorro financeiro a esses dois bancos.

Em aparte, o senador Romero Jucá (PSDB-RR) avisou que o governo não tem nenhum envolvimento nos fatos relatados por Veja, nem tem nada a esconder. Como exemplo de tentativa de forjar escândalo para envolver o governo, Jucá referiu-se às notícias concernentes ao Dossiê Cayman, afirmando que agora a imprensa reconhece que se tratava de uma farsa.

Heloísa Helena (PT-AL) também aparteou Suplicy, lembrando que Pedro Malan declarou que só se manifestaria sobre esses fatos dez anos após sua morte. Ela disse que o requerimento de Suplicy permite que o ministro não espere tanto tempo para contar o que sabe. Também disse que a presença de Malan e Tereza Grossi no Senado não inviabiliza a instalação de CPI para investigar esses fatos. Para ela, só uma CPI revelará se o que está publicado na Veja é verdade ou não.