Uma operação coordenada pela Polícia Civil do Rio de Janeiro desarticulou hoje (1) um grupo especializado em aplicar golpes pela internet. Em cinco estados, foram presas 26 pessoas, acusadas de vender carros que nunca eram entregues.
Com a colaboração das polícias estaduais, 19 dessas pessoas foram presas na Bahia, mais três em Alagoas, duas no Ceará, uma em Sergipe e uma em Pernambuco.
A operação Carro Fantasma começou há seis meses, a partir de uma investigação da delegacia de Miracema, município na região noroeste fluminense. Segundo a polícia, os carros eram anunciados na internet a preço inferior ao de mercado. Os compradores eram obrigados a depositar uma parte do dinheiro, como sinal do negócio, mas os veículos nunca eram entregues.
A Polícia Civil informou ainda que os criminosos fotografavam veículos como carros, motocicletas, caminhões, caminhonetes, caçambas, máquinas agrícolas e tratores. Em seguida, levantavam os nomes dos proprietários, os números do Registro Nacional de Veículos Automotores (Renavam) e outras identificações necessárias, a fim de montar os documentos fictícios. O golpe renderia, de acordo com a polícia, R$ 200 mil por mês.
O secretário estadual de Segurança, José Mariano Beltrame, disse que a prisão foi possível graças às ações de inteligência e da integração entre as polícias de outros estados. Durante entrevista coletiva, na sede da secretaria, ele também comentou o cerco ao conjunto de favelas conhecido como Complexo do Alemão, que já dura mais de um mês.
Apesar de essa operação já ter resultado em 17 mortos e mais de 55 feridos, o secretário classificou os resultados como positivos. “A polícia fez ali o que qualquer serviço público não faz, que é remover 150 toneladas de entulho [usados como barreiras pelos traficantes], o que tornava o local uma ilha inexpugnável. A inteligência antes de nós não tinha detectado isso. E estamos pagando um preço corajoso por isso. Não podemos permitir que tudo ali fique à mercê do tráfico”, disse.
Beltrame adiantou que novas comunidades poderão ser alvo de operações semelhantes pela polícia, mas salientou que a tática no Complexo do Alemão vai mudar, embora não tenha informado quais serão essas mudanças, sob a alegação de que se trata de segredo estratégico.