Mobilização Democrática (MD) é o partido que surge, a partir de hoje, da fusão entre PPS, PHS e PMN. O novo partido terá, a partir de fevereiro de 2007, 27 deputados federais, 1 senador, 81 deputados estaduais, 367 prefeitos e quase 4 mil vereadores.
A fusão foi motivada pela entrada em vigor, na próxima legislatura, da cláusula de barreira, estabelecida pela lei dos partidos políticos (9096/95). Segundo a cláusula, perde direito a funcionamento pleno em todas as casas parlamentares do Brasil, além de horário gratuito de rádio e TV e participação mais ampla no fundo partidário todo partido que não alcançar, nas eleições para a Câmara Federal, pelo menos 5% dos votos em todo o país, sendo 2% em nove estados.
Com a fusão, as votações dos três partidos são somadas e, então, eles ultrapassam, juntos, a barreira. A nova sigla será presidida pelo atual deputado e futuro suplente de senador Roberto Freire (PE), que já era presidente do PPS, a maior das três legendas que formam a MD. Os demais cargos da direção do novo partido serão divididos entre os três antigos partidos.
Freire diz que o novo partido não vai apoiar o governo, mas está disposto a dialogar no Congresso. “Política é diálogo. Nós fazemos política. Que o presidente Lula saiba qual é o papel dele, porque nós sabemos qual é o nosso”, disse ele, hoje (19). “Apoiar o governo não, porque o governo não mudou nada. Diálogo sim, com partidos do governo, lideranças, aquilo que é normal entre as forças políticas da situação como da oposição.”
Mesmo sem apoio ao governo, Freire promete responsabilidade. “No congresso, não vamos fazer aquela oposição à la PT. Nunca fizemos esse tipo de oposição e não vamos fazê-la”, diz ele. O PPS de Freire apoiou informalmente o tucano Geraldo Alckmin na eleição presidencial.
A MD poderá ser a sexta bancada da Câmara no ano que vem, junto com o PSB. O PPS contribui com o senador e 22 dos 27 deputados federais da nova legenda. PMN e PHS, dois partidos considerados “nanicos”, elegeram, este ano, respectivamente, três e dois deputados.
Freire diz que a nova sigla terá suas próprias propostas para o país. “Não seremos sublegenda do PT ou do PSDB. Podemos até fazer alianças em alguns momentos, mas teremos o nosso projeto.”
Para o futuro presidente do novo partido, a MD romperá com concepções do “capitalismo industrial” e deverá apresentar um projeto político, econômico e social “alternativo” para o país.
O número da MD será 33 – antigo número do PMN. A ata do encontro de hoje será encaminhada ao Tribunal Superior Eleitoral nos próximos dias para homologação da nova legenda.