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Três dos 13 presos por fraudes na Petrobras são executivos da empresa

Três das 13 pessoas presas hoje (10) pela Polícia Federal durante a Operação Águas Profundas são funcionárias da Petrobras: Carlos Alberto Pereira Feitosa, coordenador da comissão de licitação; Carlos Heleno Netto Barbosa, gerente-geral da unidade de serviços; Rômulo Miguel de Morais, gerente de plataformas.

Foram presos ainda quatro empresários e uma funcionária da Fundação Estadual de Meio Ambiente (Feema), Ana Celeste Alves Bessa, acusada de obter vantagens concedendo licenciamento ambiental para as empresas envolvidas nas fraudes.

A operação foi deflagrada a partir de denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal contra 26 pessoas acusadas de integrarem uma quadrilha envolvida em um esquema de fraudes em licitações realizadas pela Petrobras para trabalhos de reparo e manutenção de plataformas.

Foram expedidos 18 mandados de prisão e outros 89 de busca e apreensões. Além das 13 prisões, os mandados resultaram na apreensão de carros, farto armamento e R$ 500 mil em espécie.

Segundo o procurador da República Carlos Alberto Aguiar, os três funcionários da Petrobras envolvidos no esquema repassavam informações privilegiadas para a Angraporto Offshore, o que permitia a fraude nas licitações.

“A gente identificou que haveria uma associação criminosa que contaria com o auxílio de empregados da Petrobras, que beneficiariam algumas empresas em processos licitatórios. A partir dessas constatações, a gente pode perceber que a Angraporto invariavelmente se beneficiava ganhando licitações ou facilitando que algumas outras empresas também ganhassem”, afirmou hoje Aguiar, em entrevista coletiva.

Além da Angraporto, também são acusados pelo Ministério Público e pela Polícia Federal de se beneficiarem com o esquema os estaleiros Iesa e Mauá-Jurong. As empresas obteriam também informações privilegiadas relativas ao processo licitatório.

Entre os outros oito denunciados pela operação, mas que não tiveram suas prisões preventivas decretadas, estão dois outros funcionários da Petrobras, segundo o procurador da República. Um policial federal, Sérgio Fernandes Granja, está foragido. Ele facilitaria o desembarque de material usado pelas empresas, em um aeroporto do Rio.