O Tribunal de Justiça do Rio condenou Elias Pereira da Silva, vulgo Elias Maluco, a 13 anos de prisão por tráfico de drogas e associação para o tráfico nas favelas do Jacarezinho, São João e Manguinhos. Além dele, outras 20 pessoas foram denunciadas pelos mesmos crimes, entre elas o cantor Marcelo Pires Vieira, o Belo, condenado a seis anos em dezembro do ano passado. Ao saber da sentença, Elias, que está no presídio Laércio Pelegrino, no complexo de Bangu, entrou com um pedido de habeas corpus para anular todo o processo.
O esquema para venda de entorpecentes foi descoberto a partir da interceptação de linhas telefônicas usadas por bandidos que já estavam sendo investigados pela Draco. As conversas gravadas revelaram a estrutura interna da organização, que era comandada por traficantes presos em Bangu e da qual fazia parte até um policial militar. Todos foram julgados e apenas o líder comunitário do Jacarezinho, Antônio Carlos Ferreira Gabriel, o Rumba, foi absolvido por falta de provas.
Marcinho da Silva Matos, o Marcinho Muleta, Marcus Vinícius da Silva, o Lambari, Márcio José Guimarães, o Tchaca, Paulo Sérgio Pereira Scardino e o PM Jucimar Pereira de Carvalho foram condenados a 10 anos de prisão. Fábio Pinto dos Santos, o Fabinho de São João, Alecsandro Silva, o Alex, Anderson Goulart, o Two Look, e Neifrance da Silva Nunes, o Nei Sapo, pegaram 12 anos. Pedro Henrique Costa Peixoto, o Xuxa, Marta Rocha Pereira e Robson Luiz Silva, assim como Belo, tiveram a pena fixada em 6 anos. Todos foram absolvidos da acusação de porte ilegal de arma.
Elias também é réu em dois outros processos no TJ: no I Tribunal do Júri, ele responde por formação de quadrilha, homicídio e ocultação do cadáver do jornalista Tim Lopes, além da tentativa de homicídio de cinco policiais no complexo do Alemão em janeiro do ano passado. Da acusação de envolvimento no seqüestro de Eduardo Eugênio Gouvêa Vieira Filho, ocorrido em 1995, ele foi absolvido por falta de provas.